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Mandala: o Inventário Dimensional


Da mesma forma como os Espelhos de Sabedoria são Fórmulas de Contraste de Opostos e, por isto mesmo, são caminhos de Transcendência ou de Unidade, a reunião de todos estes Espelhos oferece um quadro prismático, como no conhecido "jogo de espelhos" onde a imagem se multiplica e assume novas formas multidimensionadas. A sua síntese pode ser simbolizada pelo cubo, cuja fórmula se resume na proporção 4:6 (seis faces quadradas).
Observamos também que, por sua natureza, certas dimensões apresentam muitos pontos em comum. Podemos reunimos estas expressões dimensionais nas suas tríades complementares.
O propósito do Inventário Dimensional –que traduz a essência da mandala universalista, ao modo do ba guá chinês–, é de o homem reunir a experiência dos opostos para suplantar a dicotomia, e chegar pragmaticamente a posicionar-se no centro de todas as coisas permanecendo no equilíbrio, e então através disto alcançar a experiência transcendente e conquistar a felicidade.
E isto pode ser aplicado a todos as situações da vida, as quais se acham contempladas no próprio Inventário Dimensional.
Genericamente falando, podemos nos referir aos quatro Elementos da Natureza. Mas uma das abordagens mais importantes diz respeito aos relacionamentos humanos. Nisto, o Inventário Dimensional podem resumir os quatro planos de relacionamentos: sociais, conjugais, profissionais e espirituais.

a. Relações Espirituais ........ Hierarquia ..... "superior" e "inferior"
b. Relações Conjugais ......... Gênero .......... "esquerdo" e "direito"
c. Relações Sociais ............. Espaço ........... "interior" e "exterior"
d. Relações Profissionais ..... Tempo .......... "anterior" e "posterior"

É óbvio que não se pode limitar nada a apenas a um par de opostos. Ainda assim, podemos determinar associações prioritárias. Assim, os relacionamentos espirituais são aqueles que de forma mais legítima podemos definir como hierárquicos. Por sua vez, os relacionamentos conjugais expressam o princípio de horizontalidade, como no símbolo de Gêmeos (Mithuna). Os relacionamentos sociais são aqueles que se manifestam mais amplamente no espaço cultural. E os relacionamentos profissionais associam-se ao cultivo do tempo através do ritmo do trabalho e dos frutos do labor.
De forma ainda mais básica, devemos de início buscar naquilo que temos de mais próximo, que é o nosso próprio corpo e seus sentidos de percepção, especialmente através dos orifícios do corpo, da seguinte forma:

O aspecto Hierarquia, visto como "superior" e "inferior", se relaciona aos olhos e às genitais
O aspecto Gênero, visto como "esquerdo" e "direito", se relaciona aos dois ouvidos.
O aspecto Espaço, visto como "interior" e "exterior", se relaciona ao nariz e ao umbigo.
O aspecto Tempo, visto como "anterior" e "posterior", se relaciona à boca e ao ânus.

Estes orifícios são veículos de trocas entre as dimensões, as quais também se refletem em nossos sentidos. E os quatro sentidos são: tato, gosto, olfato e audição. Cada coisa que fazemos deve captar todos os nossos sentidos. Se algum deles é ofendido ou apartado então existirá o perigo do desequilíbrio.
Esta é uma das chaves da Arte tradicional, tal como a hindu, que explora amplamente os sentidos. O bom orador ou escritor é aquele que explora imagens, sonoridades e o maior número possível de estímulos. Hoje em dia temos a crescente popularidade da chamada multimídia.
Um dos grandes segredos é que o equilíbrio possibilita a sutileza, que é uma forma de expressar a transcendência. Um manjar perfei¬tamente equilibrado pode saciar com pequena quantidade. Podemos ver que os pratos orientais são muitas vezes parcos em volume. Mas em compensação, são feitos com grande arte e esmero, inspirando naquele que os consome também uma absorção cuidadosa.
Este é apenas um exemplo, mas tal equilíbrio deve entrar em todas as nossas atividades, e em cada uma delas será capaz de revelar novas dimensões e até a sublime transcendência que paira acima delas.

Da obra "Dharma - a Canção da Vida", LAWS.

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