A existência física dos
avatares se rege por uma série de premissas fixas, que faz deles aquele padrão
único que subjaz esotericamente ao conceito ou “título” mais exaltado no budismo
acerca dos Budas, que é aquele de Tathagata,
significando “aquele que é como os anteriores.”
A categoria “avatar” representa
um sub-reino do Reino Hominal, formado por Altos Iniciados que começaram a sua
evolução nos primórdios da constituição da espécie homo sapiens, durante as duas primeiras rondas de evolução,
especialmente aqueles que, a certa altura, tomaram a decisão de auxiliar a
evolução humana em geral e até do planeta como um todo, possuindo hoje a sétima
iniciação em diante.
Inicialmente, vale dizer que,
aos Budas e Avatares, se estende aquilo que Helena P. Blavatsky afirmou a
respeito dos Adeptos, ou seja, “um Adepto não nasce pronto, mas se faz a si
mesmo”. Um Mestre não nasce simplesmente como tal (donde o risco de tradições
como a dos tulkus), mas deve
atravessar todas as iniciações em cada nova reencarnação, apesar dele trazer
“de outras vidas” o germe da experiência e da aspiração que lhe possibilita o
máximo de aproveitamento na Escola terrena da Luz.
Mas, a rigor –e este é o
verdadeiro sentido da frase de HPB, como também assevera Alice A. Bailey-, um
Adepto se faz a si mesmo num sentido muito amplo e profundo, pois o trabalho de
um Mestre passa por todo um esforço de auto-reconstrução (ou auto-recriação) de
veículos após a grave crise de enfrentamento da morte e destruição dos seus
corpos na quarta iniciação (também conhecida como “a crucificação espiritual”),
prova da qual o iniciado ressurge das cinzas como a fênix graças à iluminação
que ali alcança até para sobreviver, daí o fogo simbólico deste mito e também o
acróstico hermético INRI pregado na cruz do Cristo, que significa igne natura renovatur integra, ou “a
natureza se renova através do fogo”. Esta é a origem dos mitos dos deuses
auto-gerados como Min ou “sem pai nem mãe” como Melquisedec.
Para tudo isto chegar a ser
possível, uma das grandes características dos avatares é aquela do máximo
aproveitamento do tempo vital da vida humana, visando utilizar as melhores
forças da juventude para investir no fortalecimento do organismo e no cultivo
do espírito, a fim de que possa enfrentar um dia aquelas graves provações com
chances de sobreviver, já que a maioria dos homens ainda perece antes esta
situação por não haverem realizado um treinamento mais adeqüado.
Novamente, para tal coisa poder
acontecer, o iniciado recebe cedo na vida um forte e definitivo chamamento
interior, sendo levado a renunciar a tudo o que ele era, é e poderia ser de
outra maneira, para desde então dedicar-se única e exclusivamente à busca da
Verdade. Então ele trata de se instruir e logo passa a buscar ambientes no
quais possa cultivar todas as virtudes do corpo, da alma e do espírito, como ashrams, mosteiros e comunidades,
forjando o seu novo ser na busca da saúde, nos bons relacionamentos e nas
práticas espirituais.
Tal despertar para a vocação
não acontece realmente antes e nem depois da maioridade, como sugerem todas as
biografias divinas clássicas, pois se fosse antes disto ele estaria imaturo e
criaria problemas para os pais, e se fosse depois já seria tarde demais e ele
teria outros compromissos. Assim, entre os 17 e os 19 anos de idade, quando tem
início a emancipação da pessoa e a vida de responsabilidade, este chamamento
interno ocorre e se consolida, dando início a todo um “romance da Alma” que
perdurará por mais de uma década, até amadurecer plenamente. É graças a isto,
que os frutos devidos também podem ser colhidos na hora certa, a partir da já
citada grande “prova da iluminação” na quarta iniciação, que acontece na
primeira “revolução de Saturno” em torno aos 29 anos de idade.
Na verdade, a própria “Escola
dos Avatares” é altamente informal e autodidata, identificando-se na prática
com a Grande Universidade da Vida... Enquanto pode o candidato a mestre se vale
das escolas espirituais terrenas, que naturalmente sempre oferecem limitações
para alguém com uma aspiração ardente e ilimitada como ele, que tem toda a
pressa de evoluir. Daí ele ficar atento ao mestre interno e também às escolas
novas que muitas vezes trazem ensinamentos avançados e novas revelações aos
quais raros tem capacidade de realmente entender e de praticar, mas ele sim
compreende intuitivamente e pratica com toda a naturalidade.
Tampouco acontece este tipo de
demanda interna para pessoas com situações de vida extremadas, de carência ou
de excesso, ou seja, onde de um lado não possa contar com algum recurso
necessário para se manter e deixando a família em más condições por causa de
suas renúncias, e por outro lado onde as riquezas sejam demasiadas fazendo das
pressões interna e exterior algo excessivo como para permitir seguir a Senda.
Por isto, quando as lendas dizem que o messias ou o Buda era um príncipe, na
verdade está falando de uma família de classe média alta, como num São
Francisco de Assis. Hoje se reconhece também que os recursos do reino de
Lumbini dos pais de Sidarta Gautama, já não eram nada mais de excepcional.
Caberia ainda destacar a
raridade dos avatares verdadeiros, apesar de tanta ilusão existente em torno do
tema, que já levou alguns a dizer –não sem fundamento- que praticamente todas
as escolas místicas consideram o seu fundador como um avatar... Tal coisa
deriva da necessidade que as pessoas tem de “endeusar” alguém, até para exaltar
o seu próprio caminho, e não raro da ilusão dos iniciados sobre a natureza e a
dimensão do seu próprio trabalho, quiçá na ausência de maiores referências dado
o vazio de cultura superior reinante.
Nos tempos de crise
civilizatória e de renovação espiritual, todo este quadro naturalmente se
agrava, originando a multiplicação dos “falsos profetas” de que falam as
profecias de Jesus, em meio aos tantos mestres legítimos que também aparecem
(muitos deles igualmente “avatarizados” artificialmente) para “preparar o
caminho” ou apenas trabalhar a transição. A vinda dos rishis em torno dos avatares é da tradição oriental, e concorda
com o grupo de apóstolos que cercam o messias na tradição ocidental.
Um candidato a avatar possui
plena consciência das necessidades do seu tempo crítico e tudo faz par suprir
as necessidades de cultivar e difundir uma nova consciência. O avatar também é
muito mais que um guia comum, mas sim um Mestre-de-mestres capacitado a
orientar aqueles que desejam ajudar o mundo a melhorar. Um avatar sabe
perfeitamente que “uma andorinha não faz verão”, e ele aspira ardentemente por
auxiliar o mundo e tudo está disposto a fazer por esta causa, entregando-se a
Deus como instrumento para que o melhor possa ser realizado, para além das
capacidades limitadas do homem.
A Lei dos Avatares afirma que
Visnhu reencarna sempre que a Lei ou Dharma se perde, vindo assim para
restaurá-la e renová-la. Tal coisa acontece naturalmente no final dos ciclos da
humanidade, especialmente para as religiões populares, assim como para as
civilizações, embora estas, por envolver um ciclo maior, contem também com uma
intervenção “reformadora” na sua fase central, como ocorreu no caso do Buda em
meados da raça-raiz ou civilização árya.
O Hinduísmo mantém um
“registro” do número dos avatares de Vishnu, num total de 22 (com 10
Principais, os dasavatares), o que
não difere de outras tradições como no Apocalipse que fala dos “24 anciãos
coroados ante o trono”. Podemos dizer que este número está distribuído através
de todo o Ano Cósmico de 26 mil anos, como facilmente se deduz da
distância-de-tempo entre os dois últimos avatares conhecidos, que são Krishna e
o Buda (separados segundo os Puranas por 2.600 anos entre si), ambos
“enquadrados” entre os dasavatares
associados especialmente à implantação e reforma de verdadeiros processos
civilizatórios. Jesus também é reconhecido como Bodhisatwa, ou um
pré-Buda/Avatar, que é a categoria dos 12 avatares secundários associados à
regência das Eras zodiacais e à instituição das religiões populares.
Reza esta mesma tradição, que
falta vir apenas um avatar, dentre os dasavatares
ou mesmo dentre todos as 22 encarnações de Vishnu. Se o ciclo dos dasavatares é de 2.600 anos segundo
vimos, é chegada realmente a hora do Kalki Avatar, cuja apresentação muito se
assemelha ao do Logos do cavalo branco do Apocalipse. Ao quais corresponde também
o “aristocrático” Maitreya Buda esperado pelos budistas, cujos “registros
cronológicos” acham-se todavia corrompidos, quando dizem que o próximo Buda
virá somente cinco mil anos após Gautama, coisa que não merece crédito por se
tratar de afirmação isolada, sem origem certa e sem ninguém para sustentá-la
com verdadeiro conhecimento-de-causa.
Dentre os principais
ensinamentos dos avatares está o Pramantha,
os cânones raciais e espirituais para uma época do mundo, também chamados de
Lei espiritual ou Dharma-raiz. As instituições existem e foram criadas pelos
mestres, unicamente para dar vazão a esta meta de evolução coletiva, sempre em
progresso na Terra.
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Links úteis
Sinuelo - Escola de Guias (facegroup)
GOSTEI DE LER COMO SEMPRE.
ResponderExcluirNAMASTÊ!