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A Iluminação de Maitreya

natureza humana é uma realidade essencialmente espiritual, desde o ângulo da cultura e da consciência em especial -ainda que o ser humano não tenha este fato sempre muito claro-, o que está na base dos mitos da criação divina do ser humano, algo amiúde tampouco bem compreendido.

Com isto tudo o que diz respeito à espiritualidade resulta sempre de grande importância para a humanidade. Por esta razão, o conhecimento da natureza da iluminação dos Budas representa algo maior no cenário da espiritualidade, porque permite resgatar muitos saberes perdidos em torno dos caminhos da espiritualidade, com destaque então para a questão central da iluminação.

Hoje temos a oportunidade de aprender com o Buda Maitreya sobre tais assuntos capitais da cultura, destinados a tornar-se universais com toda a certeza dada a sua importância geral. Eis que o resgate destas informações capitais, vem no bojo de um processo histórico planetário de sínteses culturais. Tem havido muita ênfase e intuição sobre os vínculos entre Jesus, Krishna e Maitreya, e nada disto é muito difícil de compreender em termos proféticos e astrológicos. O mais interessante porém, é a fusão de três grandes religiões que a vinda de Maitreya estaria desta forma anunciando, e mais especialmente das espiritualidades do Ocidente e do Oriente.

A correlação de Jesus e Maitreya sucede no processo de evolução de Bodhisatwas como eram Jesus e Maitreya (e que já podiam ser vistos como um só personagem) para a sua nova condição de Buda ou de Cristo verdadeiro, como é aguardado para a conjuntura racial ora em transição, maior do que um período astrológico como foi a Era de Peixes.  E a relação entre Krishna e Maitreya ocorre pela simetria de ambas as Missões de Budas solares (ou Dhyani Budhas) ou de abertura racial.

O tema da iluminação é bastante mais rico, complexo e profundo do que se costuma imaginar hoje em dia. Já faz muito que a humanidade perdeu os verdadeiros referenciais sobre a iluminação espiritual e vem confundindo com insights transitórios que podem ser obtidos através de esforços direcionados e picos de energias. 

Aqueles que estudam o assunto mais a fundo compreendem que existe uma clara divergência epistemológica em torno desta questão. De um lado existe uma certa banalização do assunto onde quase somente se fala do êxtase resultante, e de outro lado existem os contextos realmente tradicionais ligados às religiões pela via do sofrimento e da ressurreição, da expiação e da salvação.

Geralmente o universo místico trata apenas da primeira vertente. Daí se mostram fotos de yogues famosos em êxtase como se tal coisa tivesse maior importância para o todo e não para a própria pessoa e seu círculo imediato de simpatizantes. 

Muitos imaginam hoje que o conhecimento do “Ser” já representa à iluminação. Mas este não é um conhecimento perfeito, sendo um parecer parcial mais próprio do Kali Yuga. O ser, que é uma expressão da sabedoria, representa apenas uma polaridade da iluminação, integrando o trabalho da mística. A outra parte demanda o saber técnico e o trabalho direto com as energias ou com o ocultismo. O Ente é na verdade apenas um de três princípios capitais, relacionado à consciência e ao amor, ou ao fator qualidade da energia. Cabe daí exercitar também a vontade com a luz e a técnica com o mantra, representando o Poder e a Ciência.

Com tudo isto, a verdadeira iluminação representa também uma radical transformação de energias (pessoais mas de grande impacto coletivas) e demanda uma criteriosa preparação prévia através de outras iniciações. Jesus demonstrou de várias formas possuir outras iniciações prévias, através da sua transfiguração no Monte Tabor e por seu grande conhecimento sobre a cura espiritual adquirido com os Essênios e entre os Terapeutas de Alexandria.

Esta iluminação maior envolve não apenas uma grande expiação cármica -e de forma inclusive continuada, para além da crise em si-, como também um grande impacto na atmosfera espiritual de toda a humanidade. 

Mesmo no Budismo, que tamanha ênfase sempre deu à iluminação do Buda, a questão foi se diluindo e as informações se fragmentando. Aqueles que conhecem o Budismo sabem que ao Buda é dada como característica principal a sua iluminação espiritual, como uma conquista ímpar e excepcional. Ao mesmo tempo em que existe uma ampla retórica com ares de banalização em torno do assunto.

Talvez as pessoas devessem prestar mais atenção à recorrência do símbolo da cruz e seus análogos através das diferentes religiões. Sabemos também que certo espírito luciférico domina os meios místicos e esotéricos, porém foi este mesmo espírito que provocou a queda do paraíso. Aqueles que estão dispostos a tomar seriamente a sua cruz até poderiam dispensar as religiões, mas infelizmente não é isto que se nota, e sim a adoção de atalhos e desvios que somente testemunham contra o discernimento destas pessoas.

Com efeito a iluminação soa a um processo quase desconhecido hoje na humanidade, dada a sua raridade e elevação; porém não é difícil reunir as informações para alcançar um entendimento do assunto. A afirmação budista da morte dos Arhats representa uma indicação da dramaticidade da quarta iniciação. A sobrevivência à Cruz espiritual é portanto a primeira grande característica dos Mestres verdadeiros. 

Naturalmente o símbolo da Árvore da Iluminação está diretamente ligada ao tema, ainda que diferentemente de outras religiões, no Budismo tampouco se explicita o tema como local de suplícios. A tradição Bodhisatwa porém insinua nesta direção, ao enfatizar o renunciante e o serviço incondicional à causa da humanidade, levando à iluminação através do sofrimento ou “desde o alto da sua paixão”.

No caso de Maitreya é desta segunda situação sobretudo que estamos falando, apesar da primeira tampouco lhe ser desconhecida em função dos seus esforços iogues e outras tantas circunstâncias mais ou menos afins. Com isto se estabelece um novo marco nas coisas da Nova Era, posto que pela primeira vez um Iniciado reivindica uma iluminação maior realizada no contexto universal da mística e da religião reunidas -ou seja, dentro do verdadeiro espírito “perene” da Tradição. Não surpreende pois que seus esforços tenham resultado em realizações maiores.

O assunto da iluminação representa algo extremamente sério e de inestimável importância para todo o planeta e para a humanidade em especial, já que ela é o foco central das dinâmicas planetárias.

Existe uma frase da cultura clássica sobre teologia que é tão boa, que os próprios filósofos cristãos fizeram questão de aproveitar. Fazemos questão de citar o texto do poema grego de Epimênides de onde ela foi retirada:

“(...) tu [Zeus] não estás morto: Tu vives e permaneces para sempre, pois em ti vivemos e nos movemos e temos nosso ser." ("Cretica", entre 600-700 a.C.).

São Paulo menciona esta última passagem em apoio à teologia cristã, dada à grandeza e profundidade do texto. No entanto, isto também se aplica diretamente aos esforços de iluminação dos Budas.

Quando um ser humano se ilumina de fato, ela aporta uma contribuição inestimável para a segurança psíquica e existencial do planeta. Como conhecemos o cenário espiritual da humanidade, ou a história da sua evolução espiritual, podemos apresentar a seguinte situação: o planeta tem por ora apenas dez mil anos de esforços regulares e contínuos de iluminação verdadeira ainda, contra incontáveis milhares de anos de feitiçaria. E mais: não é qualquer tipo feitiçaria, mas realmente muito poderosa. Portanto tampouco será qualquer iluminaçãozinha cosmética que irá superar toda essa energia pesada que ainda existe no planeta.

Os verdadeiros seguidores da Hierarquia, dos Budas e do Deus Vivo, precisam assumir portanto a responsabilidade de cuidar das energias do planeta, da mesma forma como cuidamos do ar que respiramos -se é que também cuidamos disto afinal.

O "testemunho da Terra"

Acontece que estamos sim falando já de processos históricos e não de simples mitos ou profecias. A hora soa para este tipo de Manifestação, uma vez que os bons calendários raciais têm assinalado a transição de tempos.

As profecias de Nova Era transmitidas por mensageiros sérios tem apontado para fatos desta natureza -ainda que nestes assuntos infelizmente nunca se possa contar com informações fidedignas dentro das religiões tradicionais, uma vez que todas foram distorcidas por esta ou por aquela razão. Os tempos também são deveras eloquentes acerca da necessidade de uma renovação das energias espirituais. Isto deveria ser suficiente para que pessoas de bom senso chegassem a questionar os dados irracionais trazidos pelas religiões.

Assim, importantes mistérios planetários seguiram-se aos grandes esforços de iluminação de Maitreya, pois dificilmente algum historiador consegue compreender realmente a surpreendente Queda do Muro de Berlim que pacificou o planeta por toda uma década. (1) Pois não é nenhuma fábula que a cruz dos Avatares envolva de amor o planeta como um só coração. 

O Governo Interno do mundo é uma realidade, ainda que a iluminação envolva um processo de purificação que deve ser completado pela educação voluntária e consciente a partir dos ensinamentos do Dharma, incluindo também a própria difusão da iluminação para compensar a potência dos esforços do Avatar. 

Neste aspecto, é fundamental que a experiência superior do Buda seja devidamente colhida como informação de primeira linha, para que as grandes verdades da espiritualidade possam ser devidamente conhecidas e praticadas.

Porque as Idades do Mundo se materializam ou densificam? Por quê razão por vezes as trevas parecem mais poderosas do que a luz? Há duas explicações básicas aqui, que nem sempre são devidamente aquilatadas. De um lado o dharma ou a ciência da espiritualidade se debilita, enquanto que adharma ou a ação das trevas se fortalece. Não há lugar para o vazio no Universo.

A espiritualidade é uma Ciência tão rigorosa quanto qualquer outra, e aqueles que a amam devem se organizar para que as coisas possam ter um bom andamento. A Tradição afirma que os Avatares vêm para restaurar o Dharma. Há com efeito muito para ser reorganizado, resgatado e acrescentado em termos de espiritualidade ao cabo de um Kali Yuga e no processo de implementação de uma nova raça, para que as coisas realmente venham a acontecer. Não há profecia que não tenha o seu agente ativo. A maioria das profecias new age seriam praticamente simples símbolos vazios, não fosse a presença de forças desconhecidas no seu bojo.

É preciso compreender que o trabalho dos Mestre é acima de tudo didático e não tem qualquer intenção de tutelar a humanidade. Não é tarefa do Avatar fazer tudo pelo mundo é sim reabrir os caminhos para que a Hierarquia possa também auxiliar e a própria humanidade fazer igualmente a sua parte.

Sua atividade é de instrução sob diferentes formas, seja pelo exemplo, pela educação formal, pelo treinamento técnico, através das artes, etc. E isto também vale para a espiritualidade, onde não existe qualquer intenção de substituir a humanidade. 

É verdade que as Hierarquias sacrificam-se regularmente pela humanidade, saldando o seu carma com grande sacrifício, da mesma forma como os pais se sacrificam por seus filhos. Acontece que se assim não fosse a humanidade não teria chances de sobreviver, pois seria tragada em sua sua própria hybris ou entropia, por não saber controlar as energias com que maneja ou que existem no mundo. Isto serve para sugerir o quanto a humanidade ainda se encontra na sua infância. 

Tudo que a humanidade pode fazer então é ser grata aos Mestres e assimilar as suas orientações iluminadas, ciente de que também na espiritualidade a melhor resposta sempre será buscar contar com os melhores especialistas.


Notas: 

1. Mesmo que as guerras tenham recrudescido nas décadas seguintes, os efeitos no subconsciente humano seguem positivos. Ademais este recrudescimento deve-se à acomodação natural das coisas e à ausência de uma renovação de iluminação que deve ocorrer a cada geração, além de esforços culturais pela reforma da humanidade a partir dos ensinamentos do Buda. A Guerra Fria recrudesceu de fato na década de 20 no planeta, de modo que por mais de 30 anos as coisas estiveram razoavelmente controladas.


Para saber mais

A Lenda do Kalki Avatar

A Missão de LAWS - a revelação

A Experiência Serpentina

Quem é o Maitreya aguardado

Os Pilares da Sabedoria (Relatos de Iniciação)

Veja também

Jesus - os Anos Ocultos

O Que são os Mestres?


Sobre o Autor

Luís A. W. Salvi (LAWS) é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 50 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo e no Esoterismo Prático, desenvolve trabalhos também nas áreas do Perenialismo, da Psicologia Profunda, da Antropologia Esotérica, da Sociologia Holística e outros. Tem publicado já dezenas de obras pelo Editorial Agartha, além de manter o Canal Agartha wTV 

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